quinta-feira, 28 de julho de 2011

DE REPENTE, ME DEU UMA VONTADE DE VOAR...

MARIA: Sabe Vento... Uma vez a Tia Aurélia me disse que se a gente esfregasse asas de passarinho nas costas, cresciam umas asas na gente, e a gente voava!

VENTO: E você esfregou?

MARIA: Sim... Eu esfregava nas costas dela e ela na minha... Combinamos de voar juntas! Mas aí a Tia Adelaide descobriu tudo e colocou eu e a Tia Aurélia de castigo, escrevendo duzentas vezes: “Só quem voa é passarinho, criança estuda para servir o Brasil!”.

VENTO: Essa sua Tia é de morte...!

MARIA: Ela só pensa no Brasil. Nunca pensa na gente...

VENTO: Mas você gostaria de aprender a amar o Brasil na minha cacunda?

MARIA: Mas a Tia Adelaide vem também?

VENTO: NÃAAOO!!! Você aprende tudo sem livros... Sem Tias... Só olhando!

     Este é um trecho do espetáculo “A Menina e o Vento”, do qual faço parte, da Cia República Ativa de Teatro, que encerra sua primeira temporada amanhã, dia 29/07, no Teatro Amil, em Campinas. Conta a história de Maria, uma menina cheia de vontades que se contra com o vento, para encontrar a si mesma. Aproveito a oportunidade para convidá-los a uma reflexão sobre o tema.



     Qual é o ser humano na face da Terra que nunca pensou em voar? Acho impossível alguém nunca ter se imaginado flutuando entre nuvens, ao lado dos pássaros ou das estrelas. Quem nunca se imaginou tentando chegar, assim, tão pertinho de Deus? E porque será que todos nós, pelo menos uma vez, já sentimos essa vontade? Ouso arriscar uma resposta.

     Vivemos num mundo cheio de regras. E essas tais regras entram bem cedo em nossas vidas. Assim que nascemos já temos que ter hora para mamar, hora para dormir... E até que nos acostumemos que o momento de dormir é quando tudo fica escuro, somos tachados de “bonzinhos” ou “chatinhos”. Isso sem falar sobre esses panos que, imediatamente, são colocados em cima de nosso corpo. Estava tudo tão bom dentro da barriga da mamãe... Acho que a roupa é a primeira “algema” que ganhamos...

     Passados alguns meses, já acostumamos com essas primeiras regrinhas. E aqueles panos tornam-se até agradáveis, pelo menos têm a função de aquecer. E quando tudo parece estar bem, mamãe tem que voltar a trabalhar (uma regra que aprenderei mais tarde). Vou ter que me acostumar ou com a vovó ou com a titia. Na ausência de ambas, não há outra saída: escolinha. “- Adadá abadadú catadungo! (tradução: - Mas peraí! Ainda não é hora!). Mamãe diz: - Calma, meu filho, você se acostuma...

     Sábias palavras de mamãe... Em alguns meses eu já estava craque na rotina da escolinha! Chego cedo. Continuo minha sonequinha que fora interrompida. Primeiro lanche. Ouço umas musiquinhas bem divertidas. A tia tenta me ensinar uns gestos diferentes a cada refrão da música. Aprendo. Hora do almoço. Mais um pouco de sonequinha. Segundo lanche. Agora é a hora de assistir um vídeo que a tia coloca, com uma moça loira cantando e dançando, que também está tentando ensinar uns passinhos a cada frase da música. Aprendo. Brinco com os brinquedos coletivos da escola. Mamãe vem me buscar! Eba!

     Ao passar dos anos, a rotina da escolinha continua praticamente a mesma, com a diferença que agora estão tentando me ensinar a ler e a escrever. Dizem que sem isso eu não serei ninguém na vida. No mundo dos homens, não mesmo! Aprendo, lógico! Sem falar que algumas coisas já estão mudando... Os momentos de brincadeira estão cada vez menores e os de estudo, maiores... A prova disso é que agora só é permitido levar brinquedo para a escola na sexta-feira... Tudo bem... Concordo... Não há outro jeito...

     Já estou mais grandinho... Agora tenho váaaarias tias na escola. Uma para cada matéria. E como me tratam diferente da minha tia de antes... Nem posso mais chamá-las de tia. Uma vez me confundi e a resposta que obtive foi: “- Por acaso eu sou irmã da sua mãe?”. Nunca mais infringi essa regra!

     Agora, já sou um jovenzinho, não fujo mais das meninas (pelo contrário!), mas agora que quero estar perto delas, não posso! É proibidíssimo namorar na escola... Preocupo-me com as roupas que tenho que vestir, com as músicas que tenho que gostar, com as pessoas que tenho que andar (claro! Não quero parecer um nerd!)... Ai meu Deus! Mais regras? Queria tanto ser guiado apenas pela minha vontade... Tudo bem, eu me acostumo...

     Ano de vestibular... Esse foi bem fácil de assimilar as novas regras! Tudo bem simples: Estudar... Estudar... Estudar... Ah! Quase me esqueço de dizer... E estudar!

     Gostei muito da época da faculdade! Parece que as regras são impostas apenas por você, por tudo que te ensinaram antes. Você vai à aula se quiser, fica na aula se quiser, sai da aula quando quiser... Mas lembre-se: Se quer ser alguém na vida, no mundo dos homens, precisa ter uma profissão! E sendo assim, você acaba ficando, em quase todas as aulas. Cuidado com o bar! É a maior das tentações nesse período!

    Finalmente tenho um emprego fixo, registrado, com carteira assinada, décimo terceiro, férias (uuhhuuu!), vale transporte, vale refeição, participação nos lucros, tudo certinho, como manda o figurino! É aí que vem o maior número de regras. Mas pelo menos você tem seu salário, sua casa, tem como sustentar sua família (família? Como assim? Já casou? Puxa... Então esqueci de dizer sobre as regras do casamento... Xiiii... Melhor deixar pra lá...), seus filhos (Meu Deus! Eu é que terei que ensinar todas as regras do mundo dos homens para ele? Socorro!!!!). E parece que a coisa só vai piorando com o passar dos anos... Melhora apenas quando chegamos à terceira idade, quando parece que voltamos a ser crianças novamente... Que bom! Acho que é o prêmio por anos de obediência! Deve ser...

    A vida vai nos ensinando essas tais regras porque o nosso mundo é assim! Porque, infelizmente, precisamos delas para sobreviver. Se não, ficamos para trás... Não nos adequamos bem ao ambiente escolar, não seremos inseridos no mundo do trabalho, não cuidaremos bem de nossos filhos, de nossa família... Etc etc etc... Mas, às vezes, gostaria de ter nascido um animal irracional, para deixar a natureza agir, seguir a ordem natural das coisas, e não uma série de imposições que são necessárias para a sobrevivência, no mundo dos homens.

     Somos transformados sim! Desde o momento em que nascemos... E isso me faz questionar... Quem é mesmo o animal racional? Aquele que segue seu instinto, sua natureza, ou aquele que passa a vida toda tentando se moldar à regras impostas, sabe Deus por quem?

     De repente, me deu uma vontade de voar...


     E você que quiser conhecer Maria, uma menina que tenta se libertar, que tenta se guiar por suas vontades, que decide viajar na cacunda do vento, venha nos assistir! A última chance (por enquanto) é amanhã (29//07 – às 16h)! Lembrando que é um espetáculo infantil, super lúdico, encantador, que fala de liberdade ao universo infantil! As linhas escritas acima são somente pensamentos da atriz, ok? Rs... Espero vocês!
Vivi Gonçalves
28/07/2011

sábado, 21 de agosto de 2010

AQUELE ALGUÉM ESPECIAL...

PATATI: Ah! Quá, quá Baratinha! O seu problema não é trabalho não!

BARATINHA: Não?

PATATI: Não. É outra coisa bem diferente! Você está é sofrendo de... Solidão!

BARATINHA: Solidão?

PATATI: Solidão, sim senhora!

BARATINHA: Ora Patati... Mas eu sempre morei sozinha e...

PATATI: Eu sei... Eu sei amiga! Mas isso não é bom. Todos nós precisamos de alguém Baratinha... Alguém para conversar, trocar idéias, alguém para dividir nossas alegrias e tristezas... Alguém que deixe você ansiosa esperando chegar para contar as novidades do dia. Alguém para quem você faça uma comida especial... Uma roupa especial... Um doce especial... Tudo especial!

Este é um trecho da peça “O Casamento da Dona Baratinha” que estréia amanhã (dia 22/08/10), às 11h00min, no Teatro Bibi Ferreira, da qual participo como atriz. Aproveito para divulgar o espetáculo e fazer um convite a uma reflexão sobre o tema contido nas entrelinhas transcritas acima.

Ela vai ao shopping, compra uma roupa linda, pra ARRASAR, que, por sorte, estava na promoção! Vai ao salão de beleza, faz a unha, faz a sobrancelha, faz o buço, faz escova no cabelo e corre pra casa, para se arrumar a tempo e não levar bronca das amigas pelo atraso, pelo menos dessa vez... Chega em casa, toma aquele banho de aposentada, com o maior cuidado do mundo para não molhar o cabelo, que já está prontinho! Se veste, se maquia, se perfuma, coloca aquele salto alto e... Está prontíssima para mais uma noite de sábado com as amigas!

Escuta a buzina do carro da melhor amiga e, junto com ela, os gritinhos empolgados de todas as meninas que já estão no carro, eufóricas para mais uma noite que promete! Entra no carro e todas escolhem o destino: A balada de sempre! Aquela que é diversão garantida! Sua melhor amiga pisa no acelerador e lá vão todas, para o ataque!

Chegam na balada! Param na porta para o famoso “esquenta”, já que as bebidas lá dentro são bem mais caras... Tomam umas e outras, entram na fila, pegam a comanda mais cara, aquela que dá direito à consumação, já que, hoje, elas vieram prontas para exagerar! Entram! Dançam como se fosse o último dia de suas vidas! Cantam juntas todas as músicas que o DJ coloca! Bebem mais algumas... O objetivo hoje é diversão! E como estão se divertindo! Aquela amiga, que sempre exagera mais que todo mundo, derruba um copo inteirinho de cerveja em seu vestido novo... Ela nem liga! Está contente por estar ali, dançando e cantando com suas amigas!

Começam a analisar o “território”... Ela se encanta por um rapaz alto, moreno, de olhos claros, “seu número”, e começa a olhar para ele, dando os primeiros sinais da conquista. Ele, é claro, percebe, e se anima, já que ela “não é de se jogar fora”. Ele vem se aproximando, chama-a para dançar, começam a conversar (uma conversa bem rápida, lógico, e praticamente “aos gritos”, para conseguirem se entender em meio àquele som alto da balada). Conversa vai, conversa vem... SMACK! Ela fica com o gatinho que ela mesma escolheu! Que alegria!

Àquela amiga, a exagerada, começa a passar mal, é lógico, como sempre! Ela dá tchau para o gatinho (trocam telefones e MSN - óbvio!), para dar colo para amiga! Elas pagam a conta, carésimaaaaa, por sinal... A única das meninas que não bebeu, porque estava tomando um remédio fortíssimo, volta dirigindo. Começa a “operação delivery”: É a hora de deixar cada uma em sua casa! A boa samaritana, que garantiu a volta em segurança, vai ter que dormir na casa da dona do carro... Tudo bem! Como diria Daniela Mercury, “Amanhã é domingo, menina, ninguém vai te acordar...”.

Ela retorna à sua casa, à sua vida de cada dia, devolve aquela felicidade emprestada por uma noite... Deita a cabeça no travesseiro, com o celular do lado, é claro, esperando uma mensagem do gatinho que conheceu (Qual era mesmo o nome dele?). Ela teve uma louca noite agradável! E não entende o porquê de estar se sentindo assim triste, vazia, sozinha... Era pra Ela estar feliz... Ou não? Seus pensamentos vão se perdendo pela imensa dor de cabeça que começa a sentir, é o início da ressaca... Ela vai se acalmando, começa a não pensar em mais nada, até adormecer...

No dia seguinte, ela liga para as amigas, dão muitas risadas de todas as besteiras que fizeram naquele sábado, e já começam a programar o próximo... E assim será... Até cada uma encontrar alguém por quem valha à pena estacionar...

Nós, mulheres, somos seres que conseguem, sim, se divertir, ser feliz, mesmo sozinhas. Quando amigas se reúnem, é fato, a diversão será garantida! E sabemos muito bem aproveitar nossa “solteirice”! Enganam-se os homens que acham que não! Mas temos que admitir (por mais difícil que isso seja)... Estamos sempre esperando AQUELE ALGUÉM ESPECIAL... Aquele cara que nos fará ficar sem ar, sem fome, sem vontade até de ir pra balada... Somos românticas! Por história e por natureza! Não adianta tentar fugir das origens... Só nos sentimos realmente completas e felizes quando encontramos esse alguém, para dividir nossas alegrias e tristezas! Um companheiro de verdade!

Não estou criticando a “solteirice”! Não é nada disso! Sou até uma grande defensora dessa fase! É por isso que acredito que quando nos prendemos a alguém, esse alguém tem que nos fazer mais feliz do que já nos fazemos sozinhas! Acho, sim, que todo mundo tem que passar pelo menos uma fase da vida sozinha, para se conhecer realmente, definir suas verdadeiras necessidades e vontades! E também para dar valor àquela pessoa que realmente irá te completar... Para poder compreender os sinais da vida! Para saber perceber este ser, que irá te fazer tão feliz! Mais feliz!

Para você que está solteira... APROVEITE! É muuuuuuito bom poder sair e se divertir, sem ter que dar satisfação para ninguém! Para você que acredita que já encontrou “a sua metade da laranja”... PARABÉNS, sua sortuda! Você não tem idéia de como isso é difícil hoje em dia! Aproveite também! Aproveite de uma maneira diferente! Aproveite para construir! Para se tornar cúmplice! Para amar... Simplesmente amar...

E se puder, vá assistir à peça! Lembrando que é um espetáculo infantil, super meigo e fofo! Essa foi só uma reflexão adulta sobre o tema em questão! Rsrsrsrsrs... Espero você lá! E leve a molecada, hein? Seguem os dados da peça:

"O Casamento da Dona Baratinha"

Dona Baratinha está cansada de sua rotina... Lavar, passar, varrer, limpar, coser, arrumar, cozinhar... Um belo dia é convencida por sua amiga Patati de que precisa arrumar um companheiro, para dividir suas alegrias e tristezas! É então que aparecem três pretendentes muito divertidos: Mestre Bull, Dr. Mialdo e Ratolfo Carlos. Quer saber o final dessa divertida história de amor? Venha nos assistir!!!

Quando: Aos domingos.

Horário: 11h00min

Onde: Teatro Bibi Ferreira.

Av. Brigadeiro Luís Antonio, 931 - Bela Vista.

Tel: 3105-3129

$$$: Adultos R$ 30,00 / Crianças (acima de 2 anos) - R$ 15,00.

(Lembrando que há desconto de 1/2 entrada para estudante e clientes da TIM)

Espero você!!!

LEVE TODAS AS CRIANÇAS DA FAMÍLIA, HEIN?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BIENAL LAVA A ALMA, NÃO?

"O caminho é este
tem pedra, tem sol
tem bandido, mocinho
tem você amando
tem você sozinho
é só escolher
ou vai, ou fica.


fui."


Martha Medeiros

Ai, ai... Este é um dos poemas que está no livro "Poesia Reunida" de Martha Medeiros. Quem me conhece bem, sabe que eu sou uma APAIXONADA por tudo que a Marthinha (sim, eu a chamo dessa forma, somos praticamente amigas íntimas! Só ela que ainda não sabe... rs...) escreve (que Ariano Suassuna não me ouça... rs...). Acho sua literatura sensacional! Se existe uma escritora que entende a alma feminina, essa escritora é a Marthinha!
Ontem à noite fui à Bienal do Livro com minha mãe e minhas irmãs. Que passeio mais agradável!!! Estar no meio de milhares de estantes cheinhas de livros, fazendo uma das coisas que você mais gosta, com algumas das pessoas que você mais ama! Foi incrível!
O único problema é que não tem como não gastar dinheiro, né? Nós quatro somos enlouquecidas por livros! Saímos carregadas... rs... E este livro, que eu comentei no início, era um dos poucos que eu ainda não tinha da Marthinha! COM-PREI! rs... Esse e mais dois dela... rs... Estou encantada com tanto talento e sensibilidade existentes nessas páginas! Dá pra perceber pelo poema transcrito no início da postagem, não?
Transcrevi este porque ele tem muito a ver com o que eu penso sobre a vida... E também sobre minha decisão em relação a ela. A vida é isso mesmo... Os problemas sempre existirão... O que muda, é a forma como encaramos tudo. Haverá momentos bons, outros nem tanto... Mas... fala sério? Se fosse tudo sempre bom, não teria graça nenhuma... As nossas conquistas não teriam tanto valor... Como diria Pedro Bandeira, "quer dizer que viver feliz para sempre significa não viver mais nenhuma aventura?". Não! É claro que não! É preciso arriscar! Sempre! E viver é isso!!! É só escolher... E eu estou com a Marthinha.... FUIIIIIIIIIIIII....!!!!!! rs....
Para finalizar, vou transcrever mais um poema dela, de presente para vocês! Até!

"Sou uma mulher madura
que às vezes anda de balanço

Sou uma criança insegura
que às vezes usa salto alto

Sou uma mulher que balança
Sou uma criança que atura".

Martha Medeiros (Êeeee Marthinha talentosa, viu... rs...)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

METAMORFOSE NEGATIVA

Certa vez encontrei uma amiga que há muito tempo não via. E, fisicamente, já era perceptível que ela havia mudado bastante. A Camila que eu conhecia (Ah, sim! O nome dela era Camila.), era, sem dúvidas, a pessoa mais agitada do meu convívio social. Ela era realmente diferente! Vestia-se à sua maneira, combinava as cores que bem entendia, e como era linda, assim, do seu jeitinho! Amava sair! Um final de semana divertidíssimo, ao lado dela, era algo garantido! Gostava de conversar, passear, dançar, cantar, enfim, se existia, para mim, um exemplo de pessoa “de bem com a vida”, essa pessoa era a Camila. Assim que a vi, notei que ela estava diferente... E logo começamos a conversar!

- Nossa! Camila? Há quanto tempo! Que saudades da minha amiga mais maluquinha! E aí? O que anda fazendo da vida?

- Nossa! Faz um tempão mesmo, hein? Que saudade! Bom... Eu estava fazendo um curso de fotografia, lembra? Mas parei... É que o Renato me deu uns conselhos e eu cheguei à conclusão de que fotografia não tem muito futuro...

- Mas Camila... Desde que nos conhecemos você ama fotografar!!?? E quem é Renato?

- Ah, sim! É meu namorado. Eu sei, eu sei... Mas aí surgiu uma oportunidade boa de trabalho num escritório. Não tinha como recusar. Daí, então, parei o curso e estou trabalhando nisso agora.

- Não acredito! A minha amiga Camila num escritório? Nunca pude imaginar isso! Mas logo vi... Você toda de preto, de roupinha social... Só podia ser isso mesmo. Bom... Mas e a dança? Ainda participa daquelas competições de dança de salão? Nossa, lembro sempre de você quando vejo alguém dançando, Camila! Ainda não encontrei ninguém que dançasse melhor do que você!

- É... Então... Também parei com a dança... Sabe como é, né? Namorado ciumento é fogo...

- Mas Camila, você sempre amou dançar! Ele não dança? Se não, porque não aprende para dançar com você? Além do mais, não tem nada a ver dançar com outras pessoas, né?

- Pois é, amiga... Ele não leva jeito, sabe? E não ficou muito animado para aprender não... E como ele morre de ciúmes, achei melhor abrir mão, pra ficar numa boa com ele.

- Ah... Entendi... Bem... Mas, você tem saído bastante? Viajado? Nossa, lembra quando você fez todo mundo da escola acampar no meio do mato?

- Lembro sim! Bons tempos aqueles... Então... Não tenho saído muito não... Nem viajado... É que o Renato é mais “caseiro”, sabe? Temos feito uns programinhas mais assim... Meu salário tem ficado praticamente inteiro lá na locadora de vídeos perto de casa.

- Ah... Entendi... Bom, Cá, o que importa é que você está feliz, não é?

- Ah, sim, estou sim.

- Bom, vou indo, estou um pouco atrasada, mas adorei rever você!

- Eu também! Um beijão e até mais!

Naqueles menos de cinco minutos de conversa percebi o quanto minha amiga havia mudado. Mudar é bom! Mas temos que mudar sempre por nossa causa, não em função de um outro alguém... Camila tinha passado por uma metamorfose negativa, tinha perdido sua identidade, e era nítido que não estava feliz por isso... Posso apostar que ela estava vivendo a vida cheia de aventuras daquele monte de personagens fictícios dos milhões de filmes que ela estava alugando ultimamente... Já que a vida dela andava tão apagadinha...

É claro que quando namoramos temos que abrir mão de algumas coisas... Não dá para viver vida de solteira estando com alguém, não é mesmo? Mas temos que estar sempre atentos se essas coisinhas que estamos abrindo mão não são realmente importantes para nós, se fazem parte da nossa identidade.

Nunca sabemos o dia de amanhã... Dali algum tempo, esse namoro acaba, não dá certo, e você irá olhar para trás completamente arrependida desse seu intervalo de vida. E irá se perguntar: “- Caramba... Porque eu abri mão de tudo o que eu realmente gosto? Porque abri mão de ser quem eu realmente sou?”. Quando encontrar alguém por quem o seu coração bata mais forte, perceba se ele respeita a sua individualidade, se não vai querer fazer em você uma metamorfose negativa. Amar é, em primeiro lugar, respeitar o outro, as paixões e vontades do outro, é incentivar aquilo que realmente deixa o outro feliz! Afinal, se esse alguém quiser tirar de você suas vontades mais valiosas, é porque não gosta de você de verdade, não é?

Ceda às coisas que deve ceder! Não deixe de ser quem você é por absolutamente ninguém desse mundo! E saiba perceber àquelas pessoas que realmente valem à pena... Não se perca... Não se abandone... Não permita uma metamorfose negativa em seu ser... Nunca!

09 de Agosto de 2010.

Vivi Gonçalves

sábado, 7 de agosto de 2010

A TRISTE ESPERA PELO FINAL DE SEMANA...

“O que você vai ser quando crescer?” – Somos obrigados a tomar essa decisão muito precocemente... Por volta dos dezesseis ou dezessete anos já temos que escolher qual carreira seguir, que curso prestar no vestibular.

Surgem inúmeras dúvidas... Escolher pelo que realmente se gosta de fazer, pelo que o pai ou a mãe gostaria que você fizesse, pelo lado financeiro, pelo curso do momento, enfim, abre-se um infinito leque de possibilidades. Como tomar a decisão correta?

Eu, quando tinha dezessete anos, escolhi o caminho que o meu coração mandava. Era ainda muito nova para tomar essa decisão... Mas hoje, com vinte e cinco anos, tenho certeza de que tomei a decisão correta.

Escuto, inúmeras vezes, colegas dizerem: “- Ê sexta-feira que demora a chegar...” – Isso sem falar nas comunidades do Orkut com o título “Chega logo sexta-feira”, que são campeãs na grande quantidade de membros cadastrados. Essa é uma realidade muito triste... Se a semana tem cinco dias, e o final de semana apenas dois, não é justo que vivamos em função desses míseros dois dias!

É claro, não precisam me chamar de maluca! Eu também AMO o final de semana! Esse dois diazinhos são, sim, sinônimos de lazer e descanso, algo que eu também gosto muito, sim senhor, como toda boa brasileira! Mas não é certo que vivamos dessa espera... E é óbvio que essa ânsia pelo sábado e domingo está diretamente associada ao trabalho.

Daí, então, cheguei a uma importante conclusão. Certa vez, minha mãe, outra fanática pelo seu trabalho, me disse que quando a gente faz aquilo que realmente gosta, nem parece trabalho, nem sentimos que estamos trabalhando, a não ser pelo cansaço físico e mental. Sábias palavras! E hoje posso concordar com isso por experiência própria! Esta é a chave para não vivermos esperando, esperando...

Daí voltamos à pergunta inicial: “- O que você vai ser quando crescer?” – Se você não quer ser mais uma das milhões de pessoas que vivem dessa triste espera, siga o seu coração! Se dedique a trabalhar naquilo que gosta! Somente assim você não só nem ligará para qual dia da semana é hoje, como irá trabalhar não só de segunda à sexta, mas de domingo a domingo! E ficará com um sorriso de orelha a orelha por isso!

Então você me dirá: “- Ok! Mas o que eu gosto de fazer, não é uma profissão que é bem remunerada.” – E eu te responderei: Isso não existe! Hoje em dia, qualquer área é difícil. E quando fazemos aquilo que gostamos, nos dedicamos ao máximo! E quando nos dedicamos, inevitavelmente, fazemos bem! E se fazemos bem, o dinheiro é só uma conseqüência positiva, é só o resultado do nosso trabalho bem feito! Não serei hipócrita em falar que o lado financeiro não importa! Importa sim, e muito! Afinal, vivemos num mundo capitalista. E é muito bom, sim, poder viver bem! Mas temos que nos estabilizar financeiramente com algo que nos agrade muito! E isso é perfeitamente possível! Diga-me: - Quantas pessoas de sucesso você tem como exemplo atuando na área em que você gosta? Porque não pode ser você também um futuro exemplo de sucesso? Só é preciso trabalho, muito trabalho! E o mais divertido de tudo isso é que você irá adorar trabalhar, que nem louco, acredita?

E aí? Vai continuar vivendo dessa triste espera? Ou melhor, quando vai começar a realmente viver cada diazinho de sua existência? A vida não possui pausas... Quem espera, não vive... Apenas espera... Triste realidade...

07 de Agosto de 2010

Vivi Gonçalves

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O ESTREITO LIMITE

Para tudo na vida há um limite. E não estou falando dos limites de respeito que temos que ter uns com os outros. Estou falando dos vários limites que nós mesmos colocamos para as diversas situações da nossa vida.

Uma garota, que está em torno dos seus treze anos, começa a ter vontade de sair com seus colegas. É óbvio: Ela está na fase da pré-adolescência! Ela: filha única, mulher, linda e delicada! Resultado... Ciúme e excesso de zelo de seus pais... É claro! Eles são marinheiros de primeira viagem... É natural que cometam um ou outro errinho... Mas aquela situação vai se estendendo. Ela completa quatorze, quinze, dezesseis anos e nada muda! É então que chega o momento do BASTA! Chegou o estreito limite! Ela tem uma longa conversa com seus pais, mostrando que, eles querendo ou não, ela vai começar a viver à sua maneira. Eles finalmente entendem as necessidades da filha. Daí em diante, tudo muda! Dá-se início a uma nova fase.

Um casal, que acaba de se conhecer, se apaixona perdidamente! Ambos acreditam terem encontrado o grande amor de suas vidas! Eles começam a namorar, essa paixão vai crescendo e eles acreditam que precisam apenas um do outro para ser feliz. Triste engano... É então que começam a viver a vida do outro, perdendo sua individualidade, suas amizades mais valiosas, vão deixando para trás tudo aquilo que fazia parte de suas vidas e que também os deixava realmente feliz. O tempo vai passando e, somado a isso, vem o sentimento de posse, o ciúme excessivo, até doentio em alguns momentos, a falta de dividir felicidades e problemas com os amigos, brigas, brigas e mais brigas... É então que chega o momento do BASTA! Chegou o estreito limite! Ambos concordam que essa relação chegou ao ponto de fazer mais mal do que bem às suas vidas. Cada um segue o seu caminho. Dá-se início a uma nova fase.

Um executivo de sucesso, que ganha mensalmente um salário razoável na firma em que trabalha há cerca de cinco anos, não entende o porquê de não se sentir realmente feliz. Começa, então, a se lembrar dos seus verdadeiros sonhos: Desde criança ele estuda música! Simplesmente AMA cantar e tocar baixo! E como faz isso bem! Lembra-se também dos diversos convites que já recusou em relação à música, por sua falta de tempo, já que qualquer cinco minutos livres são dedicados a tal firma. Lembra-se dos sapos engolidos por todos estes anos, daquele chefe insuportável, que ele é obrigado a fingir que adora, da calvície precoce que está enfrentando, conseqüência de um longo processo de stress... Chega à conclusão de que estabilidade financeira é importante, mas não é tudo. E que quando fazemos aquilo que realmente gostamos, fazemos bem! E a grana é só uma conseqüência positiva... Afinal, é possível ter estabilidade financeira fazendo aquilo que realmente gostamos! Só é preciso correr atrás! Arriscar! É então que chega o momento do BASTA! Chegou o estreito limite! Ele sai da tal firma e começa uma promissora carreira de sucesso na música. Dá-se início a uma nova fase.

É preciso coragem para enfrentar o comodismo! Não é uma tarefa fácil, de jeito nenhum! Mas os resultados são compensadores! Vivemos em busca da felicidade. E ela só virá se enfrentarmos aquelas coisinhas que “deixamos quietas” na nossa vida, que, às vezes, nem nos fazem tão mal, mas que impedem algumas conquistas valiosas! É preciso enxergar os nossos momentos de “BASTA”, se quisermos ser realmente felizes. E você? Será que não anda cultivando seus estreitos limites?

06 de Agosto de 2010

Vivi Gonçalves